“O Galo da Madrugada invade o centro da cidade de tal forma que já não se sabe quem é do Galo, quem olha o Galo, quem não é do Galo, onde está o Galo. O Galo é o povo. É o povo sonhando, cantando, brincando, sem preconceitos e sem cordões de isolamento, debaixo de Sol ou de chuva, com dinheiro ou sem dinheiro”.
(Paulo Montezuma - “Os carnavais e o Galo” - Recife, 1985)
Da união de um grupo de amigos e famílias do Bairro de São José, comandados pelo baluarte Enéas Freire, surgia, no dia 24 de Janeiro de 1978, o Clube de Máscaras Galo da Madrugada. Sem grandes pretensões, aquele que viria a se tornar um fenômeno mundial foi criado com um único e simples propósito: fazer renascer o tradicional, espontâneo e criativo carnaval de rua do Recife, então ameaçado pelos clubes e passarelas, que, cada vez mais limitavam – em espaço e participantes – o fazer da folia.
“Durante muito tempo, os que viveram os carnavais passados deixaram de sorrir, viram fugir de cada um a alegria e a animação do reinado de momo. Sempre que as famílias sofrem, seus líderes e baluartes protestam em defesa dos seus ideais, dos seus familiares e dos seus interesses. Essa foi a intenção da família Alves Freire, para salvaguardar os interesses do morador do Bairro de São José, das tradições do Recife e o carnaval pernambucano. Acoplada a esta opinião, estavam muitos amigos que o ajudaram a carregar o estandarte da mais forte agremiação carnavalesca da região”.
(Adjeci Soares - “Viva o Galo! Explosão do Carnaval Pernambucano – Recife, 1992)
Primeiro desfile do Galo da Madrugada- 1978Primeiro desfile do Galo da Madrugada- 1978
Primeira Noite dos Estandartes (Clube Português, 1979)Galo da Madrugada- década de 1980
Desfile na Praia de Boa Viagem
Bloco das Ilusões- década de 1980
(Adjeci Soares - “Viva o Galo! Explosão do Carnaval Pernambucano – Recife, 1992)Galo da Madrugada- década de 1990Em 2007, o maior bloco do mundo reverenciou os 100 Anos do Frevo!"Enéas- Alegria do Carnaval" foi o tema do Galo em 2009, em homenagem ao saudoso fundador e presidente emérito
Galo da Madrugada- 2012 (Avenida Dantas Barreto)
Galo da Madrugada- 2013 (Rua Imperial)
Presidente, porta-estandarte e vice-presidente do Galo com o homenageado do bloco no Carnaval 2014, Ariano Suassuna, durante coletiva de imprensa
Galo da Madrugada 2014: homenageado recebeu os cumprimentos do então governador Eduardo Campos, no Camarote Oficial.
Galo da Madrugada- 2015 (Rua do Sol e Avenida Guararapes)
Em 2016, ano do cinquentenário do saudoso Chico Science, será a vez do pernambucano fundador do movimento Manguebeat ser homenageado pelo maior bloco do mundo, em seu 39º desfile, no dia 06 de fevereiro.
(Adjeci Soares - “Viva o Galo! Explosão do Carnaval Pernambucano – Recife, 1992)
Primeiro desfile do Galo da Madrugada- 1978Primeiro desfile do Galo da Madrugada- 1978
Primeira Noite dos Estandartes (Clube Português, 1979)Galo da Madrugada- década de 1980
Desfile na Praia de Boa Viagem
Bloco das Ilusões- década de 1980
(Adjeci Soares - “Viva o Galo! Explosão do Carnaval Pernambucano – Recife, 1992)Galo da Madrugada- década de 1990Em 2007, o maior bloco do mundo reverenciou os 100 Anos do Frevo!"Enéas- Alegria do Carnaval" foi o tema do Galo em 2009, em homenagem ao saudoso fundador e presidente emérito
Galo da Madrugada- 2012 (Avenida Dantas Barreto)
Galo da Madrugada- 2013 (Rua Imperial)
Presidente, porta-estandarte e vice-presidente do Galo com o homenageado do bloco no Carnaval 2014, Ariano Suassuna, durante coletiva de imprensa
Galo da Madrugada 2014: homenageado recebeu os cumprimentos do então governador Eduardo Campos, no Camarote Oficial.
Galo da Madrugada- 2015 (Rua do Sol e Avenida Guararapes)
Em 2016, ano do cinquentenário do saudoso Chico Science, será a vez do pernambucano fundador do movimento Manguebeat ser homenageado pelo maior bloco do mundo, em seu 39º desfile, no dia 06 de fevereiro.
Assim nascia o Galo da Madrugada, nas ruas estreitas, apertadas e becos tortuosos do Bairro de São José, berço dos primeiros clubes e blocos carnavalescos do Recife. Naquele mesmo ano, no dia 04 de fevereiro de 1978, o Galo saiu às ruas pela primeira vez: cerca de 75 “almas penadas” - primeira fantasia do Clube – percorreram as ruas do Bairro, com seus sacos de confetes e serpentinas e acompanhadas por uma orquestra de frevo composto por 22 músicos. Era o início do reinado de um fenômeno que não pararia mais de crescer...
O repórter Francisco José, que, coincidentemente, esteve com a equipe da TV Globo naquele dia, no Bairro de São José, para produção de uma reportagem com a carnavalesca Badia, conta que soube, através dela, que nascia, naquele dia, um novo bloco naquelas redondezas. E se encantou com o que viu. “Era tão bonito, tantas fantasias, não havia muitas pessoas, mas era belíssimo. Procurei, então, saber quem havia organizado aquilo. Foi quando me disseram: ‘foi Eneás’. Fui, então, conversar com ele e, já naquele primeiro desfile, ele disse que nascia, ali, um bloco que viria a se tornar um dos mais bonitos do Bairro de São José”, recordou o jornalista, em depoimento ao documentário “Do Papagaio ao Galo- Enéas Freire, o Guardião das Tradições” (Recife, 2009).
No ano seguinte, 1979, o Galo já contava com um número de foliões quase cinco vezes maior: 350 pessoas, vestidas de palhaços, almas, morcegos, diabos, árabes, cabeções de galos, arlequins e pierrôs, entre outras fantasias. Nesse mesmo ano, o bloco realizou a 1ª Noite dos Estandartes, no Clube Português, e também ganhou o seu estandarte e hino oficial – criados, respectivamente, pelo fundador Mauro Freire e pelo compositor José Mário Chaves.
Em 1980, desta vez tendo como fantasia a “Nêga Maluca” e o “Nêgo Mississipi”, o Galo consegue arrastar pelas ruas e ruelas do Recife cerca de 800 foliões. Em 1981, a multidão passou para mais de 1.500 pessoas. Nesse mesmo ano, o Galo cria o desfile de fantasia de papel na Praia de Boa Viagem e, em 1983, a Festa da Cerveja. Tudo, é claro, com o mesmo propósito: levar o frevo aos quatro cantos da cidade – nas ruas, praias e salões.
Em crescimento constante, o desfile do Galo passa por sua primeira grande mudança em 1984, quando as orquestras de frevo passaram a desfilar em cima de caminhões. A ideia não vingou por muito tempo: dois anos depois, já era impossível o som das orquestras alcançarem “naturalmente” toda a multidão que acompanhara o bloco; a solução foi recorrer aos trios elétricos.
Um ano antes, no carnaval de 1985, o Galo da Madrugada trouxe para o seu desfile o maior apresentador da TV brasileira de todos os tempos, o pernambucano Abelardo Barbosa – Chacrinha. Em um palanque armado na Praça da Independência e envolto de uma multidão que “só vendo pra crer”, o artista foi homenageado com o troféu Galo de Ouro. Ainda em 1985, o Galo deu à luz mais um descendente: o Bloco das Ilusões, agremiação lírica formada, a priori, pelas esposas dos diretores do Clube.
“Em 90, o Galo superava o sucesso dos anos anteriores, levando às ruas do centro da cidade uma multidão incalculável de quase um milhão de foliões, brincando, pulando e cantando sob o calor de 36 graus. A ordem era brincar e pular, parecendo até que todos eram movidos a frevo e empolgação”.
Em 1991, cumpre-se uma profecia: em seu 14º desfile, o Galo da Madrugada confirmou a previsão do jornalista e radialista Stélio Gonçalves, ex-diretor de jornalismo da Rádio Clube de Pernambuco, que, um dia, garantiu: “o Galo seria a maior agremiação de rua de Pernambuco”. De fato, naquele 09 de fevereiro de 1991, o bloco reuniu mais de um milhão de foliões, que tomaram as ruas e pontes da cidade ao som de duas orquestras de frevo, 12 carros de som e oito trios elétricos.
Anos mais tarde, em 1994, veio o reconhecimento internacional do livro dos recordes, o Guinness Book. Tornou-se, então, oficial: o Galo da Madrugada era considerado o maior bloco de carnaval do planeta, num carnaval que reuniu um milhão e meio de foliões. O título estampou a edição do ano seguinte do livro. Para comemorar e também reverenciar a majestade do carnaval pernambucano que acabara de ganhar o mundo, a Prefeitura do Recife pôs, em 1995, um gigantesco galo sobre as águas do Rio Capibaribe, tornando ainda mais belo o espetáculo carnavalesco recifense. Em 1996, a apoteose do desfile ganhou ainda mais cor e brilho: camarotes, sombrinha gigante, casal de Rei e Rainha do Maracatu sobre o Rio Capibaribe e um Galo bem mais gigantesco, desta vez montado na Ponte Duarte Coelho – onde é posto até hoje.
Comemorando os 100 anos do frevo, o Galo da Madrugada realizou, em 2007, um desfile à altura da festa e, mais um vez, conseguiu arrastar um milhão e meio de pessoas pelas ruas do centro do Recife. Em 2009, mais um recorde: os foliões ultrapassaram a marca dos dois milhões, num histórico desfile que homenageou o fundador Enéas Freire – falecido em junho do ano anterior. Neste mesmo ano, mais precisamente no dia 20 de fevereiro, o maior bloco de carnaval do mundo tornara-se também Patrimônio Imaterial de Pernambuco, através de lei assinada pelo governador Eduardo Campos.
Em 2011, o maior bloco do mundo passa por uma mudança no seu percurso, para garantir uma maior segurança no desfile e, é claro, um melhor conforto para os foliões que lotam o corredor principal. Pela primeira vez na história do Galo, o percurso deixou de incluir a Rua da Concórdia, substituindo-a pela Avenida Dantas Barreto. Com mais espaço para os brincantes e trios elétricos, o Clube das Máscaras teve a alteração aprovada pelo público e garantiu, mais uma vez, um belíssimo desfile que manteve a tradição de levar às ruas mais de um milhão e meio de pessoas, ao som do bom e maravilhoso frevo pernambucano.
No ano seguinte, foi a vez do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, ser reverenciado pelo maior bloco de carnaval do mundo, na ocasião do centenário de nascimento da majestade da música nordestina. Com o tema “Galo, Frevo e Folião: Homenagem ao Rei do Baião”, o Clube de Máscadas promoveu um histórico encontro entre dois dos principais ritmos da nossa terra, o frevo e o baião, com direito à gravação de um CD com 12 músicas inéditas, compostas e interpretadas por alguns dos principais nomes pernambucanos. Neste mesmo ano, o Galo realizou o primeiro concurso para música tema, tendo com campeã a canção “Galo, Frevo e Folião”, da dupla Nuca e Eriberto Sarmento.
No ano seguinte, foi a vez do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, ser reverenciado pelo maior bloco de carnaval do mundo, na ocasião do centenário de nascimento da majestade da música nordestina. Com o tema “Galo, Frevo e Folião: Homenagem ao Rei do Baião”, o Clube de Máscadas promoveu um histórico encontro entre dois dos principais ritmos da nossa terra, o frevo e o baião, com direito à gravação de um CD com 12 músicas inéditas, compostas e interpretadas por alguns dos principais nomes pernambucanos. Neste mesmo ano, o Galo realizou o primeiro concurso para música tema, tendo com campeã a canção “Galo, Frevo e Folião”, da dupla Nuca e Eriberto Sarmento.
Já em 2013, o Galo reverenciou o Rio São Francisco, com todas as suas lendas, belezas e contribuições à vida do povo nordestino. Tal como o "Velho Chico", o maior bloco do mundo deu um “banho” de alegria nos foliões, em seu 36º desfile, que teve como tema “O Rio São Francisco Deságua no Mar do Frevo”.
Em seu desfile no carnaval de 2014, o Galo prestou homenagem a outro grande orgulho da cultura pernambucana: o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, com o tema “Frevo no Auto do Reino de Ariano”- fazendo menção a duas das principais obras do poeta, “A Pedra do Reino” e “O Auto da Compadecida”. O escritor, que, mesmo debilitado, esteve presente no desfile do maior bloco do mundo em sua homenagem, faleceu pouco mais de quatro meses depois, em decorrência de um acidente vascular cerebral.
Mais um expoente da cultura pernambucana foi reverenciado pelo maior bloco do mundo, no carnaval de 2015. O saudoso compositor Carlos Fernando, famoso, principalmente, pelas antológicas coletâneas "Asas da América" - que reuniram, em meados da década de 1980, alguns dos principais artistas da Música Popular Brasileira, num projeto de oito Lp's dedicados, exclusivamente, ao frevo -, foi o homenageado do 38º desfile Galo da Madrugada, que saiu às ruas do Centro do Recife, no próximo dia 14 de fevereiro, com o tema "Asas da América, Asas para o Frevo".
Passados, já, 37 anos de seu primeiro desfile, o Galo da Madrugada tem o orgulho de permanecer fiel às suas raízes: valorizar o ritmo pernambucano e mostrá-lo aos foliões dos quatro cantos, não mais apenas do Bairro de São José, do Recife, do Estado ou até do Brasil; mas, agora, de todo o planeta, que, pessoalmente ou à distância, se encantam ao ver a beleza e a magia da maior manifestação cultural do planeta, como que seduzidos pelo refrão: “Ei pessoal, vem moçada! Carnaval começa no Galo da Madrugada.”
O grandioso desfile do Galo da Madrugada 2017 acontecerá no dia 25 de fevereiro.
Não é necessário comprar camisa ou ter qualquer custo para participar. Mas, muitos foliões preferem fugir da aglomeração e curtir o desfile com mais segurança e conforto nos camarotes que existem no percurso.
O Galo da Madrugada é considerado o maior bloco de Carnaval do Mundo. Seu desfile acontece sempre no primeiro sábado de Carnaval. Os foliões costumam chegar ao Galo da Madrugada logo pela manhã, às 7:00. O horário de saída do bloco acontece entre 9:30 e 10:00.
Os trios elétricos tocam até cerca de 18:00 e, após este horário, muitos preferem sair direto para o Carnaval no Marco Zero (Recife Antigo).
Mesmo faltando alguns dias, os preparativos já estão em andamento. Entre as novidades anunciadas, foram divulgados os nomes dos homenageados do Galo da Madrugada em 2017: o cantor Alceu Valença e o compositor J. Michilles.
O trajeto do Galo da Madrugada começa em frente ao Forte das Cinco Pontas, e segue em direção à Rua Imperial, Praça Sérgio Loreto (sede do Galo), e passa também nas avenidas Dantas Barreto e Guararapes.
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